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Sistema Educacional

O sistema educacional da Finlândia é um dos mais eficientes e igualitários e tem chamado a atenção de educadores de todas as partes do mundo. As habilidades dos adolescentes finlandeses em matemática, ciências e leitura são classificadas como as melhores no mais recente estudo PISA sobre crianças em idade escolar do mundo inteiro.
O Programa para a Avaliação de Estudantes Internacionais (PISA), organizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), é uma avaliação trienal do desempenho de alunos na faixa dos 15 anos, idade em que se pressupõe o término da escolaridade básica obrigatória na maioria dos países.
O exame mais recente, publicado em 2006, foi realizado com 398.750 estudantes escolhidos aleatoriamente em 57 países. O foco principal do PISA 2006 foi o aprendizado científico. Os alunos finlandeses, com 15 anos de idade, ficaram em primeiro lugar em ciências e em segundo lugar em proficiência em leitura e matemática.
O orçamento total do governo finlandês para 2008 totalizou 45,5 bilhões de euros, sendo que 15%, cerca de 7 bilhões de euros, foram destinados ao Ministério da Educação. Esse orçamento faz do Ministério da Educação o segundo mais importante no país. A educação básica na Finlândia fica a cargo dos municípios. São poucas as escolas particulares (cerca de 2% do total) ou coordenadas pelo Estado. Os custos são divididos entre Estado e municípios.
A Constituição de 1919 estabelece a educação básica obrigatória e gratuita para todos, instrução vocacional e instituições educacionais acadêmicas fornecidas por autoridades públicas. São cerca de 3.300 escolas primárias no país.
Segundo relatório do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), a taxa de analfabetismo na Finlândia é de 1% entre as pessoas com 15 anos ou mais de idade. Uma das menores do mundo.
As palavras chave na política educacional finlandesa são qualidade, eficiência, igualdade e internacionalização. A educação é tratada como um fator para a competitividade. Em vez de estabelecer uma comparação, o foco do sistema está em dar apoio aos alunos e orientar os com necessidades especiais. São raros os casos de repetência escolar.
Escola abrangente
As crianças finlandesas entram na escola abrangente aos sete anos de idade. Essa instrução, que é gratuita para toda a faixa etária, tem duração de nove anos.  Nos seis primeiros anos da escola abrangente as crianças são ensinadas por um único professor, que ministra praticamente todas as matérias. Nos últimos três anos o ensino passa a ser realizado por professores de matérias específicas.
Existe também a educação pré-primária, que é voluntária, mas conta com uma participação de 96% das crianças finlandesas até seis anos de idade. Nos jardins-de-infância municipais as crianças têm uma iniciação à leitura e à matemática, mas o fundamental é a aprendizagem das capacidades de trabalho em grupo e da expressão da sua própria intelectualidade através de jogos e brincadeiras.
As matérias da escola abrangente incluem o idioma e literatura finlandeses, outros idiomas, estudo ambiental, educação cívica, religião ou ética, história, estudos sociais, matemática, física, química, biologia, geografia, educação física, música, artes, trabalhos manuais e economia doméstica. As metas de ensino e o currículo básico são os mesmos no país inteiro, mas as autoridades e escolas locais elaboram o seu próprio currículo local com base nestas matérias.
Todos os finlandeses gozam de uma educação obrigatória até os 17 anos de idade, ou até o fim da escola abrangente. A educação da escola abrangente é fornecida pelo município ao qual sua casa pertence, e a rede de escolas do primeiro ciclo é ampla. Todos os materiais educacionais básicos são gratuitos para as crianças, e os serviços incluem alimentação, assistência à saúde na escola e transporte gratuito para as crianças que moram muito longe da escola para ir a pé ou utilizar o transporte público.
Cabe também às autoridades locais fornecer instrução para jovens e crianças que não podem participar no ensino da escola abrangente normal por motivos de doença ou incapacidade. Praticamente todas as crianças finlandesas vão à escola.
A Finlândia tem uma extensa rede de bibliotecas públicas que dá apoio à educação escolar. Os finlandeses são leitores compulsivos. A média de leitura anual dos finlandeses é de 21 livros por pessoa.
As escolas seguem os princípios pedagógicos do francês Célestin Freinet, que enfatiza o aprender fazendo e a orientação para a comunidade. Aprender ao realizar tarefas é um elemento chave no currículo das escolas.
Escolas secundárias e ensino profissionalizante básico
O ensino de nível secundário fornecido pelos municípios finlandeses também é totalmente gratuito. O currículo, baseado em cursos que abrangem muitas matérias opcionais, leva, em média, três anos e termina com um exame nacional de “matrícula”. Essa “matrícula” fornece uma base sólida para a continuidade dos estudos em instituições de ensino superior ou de ensino profissionalizante. Somente 6 % dos alunos de cada faixa etária não prosseguem os estudos após a conclusão da escola abrangente.
Ensino superior

O ensino superior é dividido entre escolas politécnicas e universidades. As politécnicas fornecem ensino e treinamento visando um nível de qualificação profissional para satisfazer as exigências do mercado de trabalho, enquanto as universidades realizam pesquisa científica e fornecem a instrução acadêmica tradicional.
O número de candidatos às instituições do ensino superior ultrapassa em muito a oferta de vagas. A estratégia nacional da Finlândia visa oferecer um lugar em uma escola politécnica ou em uma universidade a dois terços de cada faixa etária da população.
A Finlândia conta com 20 universidades, com cerca de 150 mil estudantes, que funcionam com total autonomia, sendo muito independentes para tomar suas decisões. Todas são federais, com o governo provendo cerca de 70% de seus orçamentos.
Fatores predominantes para o sucesso do sistema educacional finlandês:
– Os professores são valorizados, têm o reconhecimento público, bons salários e são constantemente treinados, atualizados e avaliados.
– A educação básica é inteiramente gratuita.
– Os alunos têm iguais condições de acesso à educação independentemente do local onde moram, da situação financeira da família, etnia ou gênero.
– Currículo nacional básico, com aplicação local.
– Extensa rede de livrarias públicas, também totalmente gratuitas.

 
 

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