Cleudes Pessoa
Jeannette Filomeno Pouchain Ramos
Socorro Letícia Fernandes Peixoto
Resumo
Historicamente, as mulheres têm sido as principais responsáveis pelo trabalho doméstico, sendo os homens considerados os provedores da família. A inserção das mulheres no mercado de trabalho ocorreu em condições desiguais. Nessa conjuntura questiona-se: é possível a autonomia econômica das mulheres? Quais os desafios da participação feminina em empreendimentos solidários? Quais políticas públicas sinalizam nessa direção? Para refletir sobre isso, adotou-se as categorias: relações sociais de sexo e gênero (KERGOAT, 2003; NOBRE, 2003; SCOTT, 1989; SAFFIOTI, 2004), trabalho (MARX, 1964; ANTUNES, 2000) e economia solidária (SINGER, 2001, FAVARETO, 2000). Como referencial metodológico, este artigo é de cunho bibliográfico e documental. Considera-se a economia solidária como uma alternativa à organização capitalista. Entretanto, para sua construção é necessário pensar novas relações de gênero. A partir deste estudo, sugere-se a incorporação de ações que ampliem a participação das mulheres, como: desenvolver empreendimentos organizados por mulheres e definir cotas de participação por sexo nos espaços de produção e decisão. O Projeto de Inclusão Produtiva para as Mulheres do Bolsa Família, mesmo em curso, apresenta resultados parciais, em relação à consciência de gênero. Compreende-se a necessidade da inclusão produtiva das mulheres, articulada à autoemancipação das mesmas e à emancipação coletiva de homens e mulheres.
Palavras-chaves: Gênero, trabalho e economia solidária.