Educas Educação, Cultura Escolar e Sociedade
Isabel Maria Sabino Farias– UECE/MAE
Resumo
O texto faz um exame teórico dos saberes profissionais do professor apoiado nas formulações de Therrien (2000, 1996, 1993), Tardif e Gauthier (1995), Tardif, Lessard e Lahaye (1991). A reflexão destaca o professor como profissional cuja ação acontece em um contexto de trabalho que reclama decisões urgentes, complexas e diversificadas. Suas decisões se apóiam nas concepções e experiências que orientam a prática, no comprometimento do professor com sua função social e na compreensão que tem das relações entre a escola e a sociedade, no conhecimento que detém sobre as condições de vida do seu aluno, enfim, nos juízos que formula para definir suas ações de modo situado. Ao agir o professor recorre a critérios de julgamento, os quais, ao mesmo tempo em que denotam sua capacidade reflexiva, manifestam sua racionalidade prática. A ação do professor apresenta-se como manifestação concreta de saber pautado em uma racionalidade prática e de caráter ético. Este sentido ético refuta qualquer pretensão de concebê-lo como um técnico especializado. Sua ação é dirigida a outros, estruturada por fins e relações, ou seja, uma ação interativa mediada pelo entendimento discursivo entre o docente, os alunos e o conhecimento. Argumenta-se em favor da concepção de saber como uma atividade discursiva e intelectual, a qual corrobora a perspectiva de que o saber decorre das relações sociais de produção da existência social, efetivando-se mediante o movimento dialético entre a atividade objetiva e subjetiva de produção da vida humana. Detalha, então, os saberes docentes: da formação profissional, disciplinar, curricular e da experiência.
Palavras-chave: Saberes docentes; Racionalidade prática; Ensino.
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